ALCIONE, A ETERNA MARRON.
Biografia
Desde pequena, graças ao pai policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, inserida no meio musical maranhense, Alcione fez sua primeira apresentação já aos doze anos.
Fez o curso normal, formando-se em magistério.Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1967, trabalhando na TV Excelsior. Após ter feito excursão por países da América do Sul, morou na Europa por dois anos. Voltou ao Brasil em 1972 e três anos depois ganhou o primeiro disco de ouro através do primeiro LP, A voz do samba (1975).
Identificando-se com o samba, desde cedo tornou-se fervorosa simpatizante da Mangueira, Escola que reunia grandes sambistas na capital do Rio.Ganhou o apelido de Marrom, com o qual também é conhecida, e o primeiro grande sucesso foi Não deixe o samba morrer, de Edson e Aluísio, no repertório do primeiro LP.
Em mais de três décadas de carreira, ganhou prêmios de dezenove discos de ouro, dois de platina e um duplo de platina; por dois anos consecutivos, ganhou o prêmio Tim na categoria melhor cantora de samba, entre 2004 e 2005.
Além de Não deixe o samba morrer, foram consagradas na voz de Alcione inúmeras canções, como: Sufoco, Gostoso veneno, Rio Antigo, Nem morta, Garoto maroto, A profecia, Delírios de amor, Uma nova paixão, Depois do prazer, Enquanto houver saudade, Estranha loucura, Faz uma loucura por mim, A loba, Retalhos de cetim, Qualquer dia desses, Pode esperar, O que eu faço amanhã, O surdo, Pior é que eu gosto, Meu vício e você, Pandeiro é meu nome, Você me vira a cabeça, Quem de nós, Mineira, Meu ébano, dentre muitas outras.
Prêmios e homenagens
Considerada um dos orgulhos do Maranhão, a cantora Alcione recebeu várias homenagens não apenas na sua terra natal como em diversas partes do Brasil. Apenas para citar as mais importantes, veja: Alcione virou nome de um importante teatro, localizado no centro histórico de São Luís, sua terra natal; Em 2003 foi inaugurado, também em São Luís, o Elevado Alcione Nazareth, um importante viaduto que liga os bairros Ipase e Vila Palmeira. No Rio de Janeiro, foi tema de samba-enredo em 1994 da escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Marrom da cor do samba, embora a cantora se declare amante da escola de samba Mangueira.
Alcione recebeu diversos prêmios ao longo da carreira, dos quais vários discos de ouro e platina. Uma prova disso, desde de o início do Prêmio Tim de Música que ela sempre é eleita como a melhor cantora de samba, fazendo parte também do ABC da Música composto por: A: Alcione, B: Beth Carvalho e C: Clara Nunes.
Biografia
Antonio Vieira nasceu em 9 de maio de 1920, na rua de São João, em São Luís do Maranhão. Ainda bebê de um ano, passou a ser criado por seu padrinho João Batista Alves Lomba, que o batizou em homenagem ao padre Vieira, o mais famoso padre português dos tempos coloniais, que por aqui pregou no século XVII. Apesar dos mimos da família de posses, Vieira sempre andou pelas ruas da sua infância brincando com a molecada. "Eu era menino pobre criado por família rica".
O filho de dona Maria cresceu próximo ao Mercado Central, local de efervescências sociais e culturais, com seus muitos personagens. Era a gente do povo. Naquela época, quando nem se sonhava com supermercados, a cidade borbulhava de vendedores típicos ambulantes, os chamados pregoeiros, que
vendiam (ou compravam) de tudo de porta em porta, anunciando-se com seus pregões cantados e bem-humorados, que tanto fascinavam o menino. Tudo isso, e a paz de uma idade ainda civilizada,ficou para sempre gravado na memória de Seu Vieira. Começou a se interessar por música e a compor muito jovem. Ainda menino, prometeu à sua segunda mãe:"minha madrinha, quando eu souber escrever, eu vou fazer o poema para o azul, a cor que eu mais gosto". Aos 16 anos fez sua primeira música, com o entusiástico título de "Mulata Bonita", um samba cadenciado e bem moderno para a época. Mais tarde compôs o "Poema Para o Azul", cumprindo a promessa de menino. Para compor, Vieira usa sua marca registrada, a simplicidade. Ao longo de sua extensa carreira, a sua principal fonte de inspiração tem sido a vida do homem comum, da gente das ruas, o amor e o sofrimento das pessoas simples. "Tudo que ouvia, às vezes uma frase, um dito simples pela rua, era fonte de inspiração. Assim ele foi feliz nas suas composições e na vida..."
A música, embora desde sempre tenha sido o maior esteio da sua alma de artista, nunca foi meio de sustento material para Seu Vieira, que teve de exercer outras profissões para sobreviver. Trabalhou como inventariante de bens imóveis, serviu ao exército como sargento, trabalhou no comércio e na rádio Timbira, foi diretor administrativo de um hospital e até vendeu telefones.
A carreira de Vieira tem sido tão singela quanto sua personalidade. Aprendeu a tocar violão quase aos 60 anos. Ousou cantar em público pela primeira vez, nos idos de 1942, no quinteto Anjos do Samba. Até então, ele se dedicava apenas a compor e a ouvir seus grandes ídolos na rádio Timbira e na rádio Nacional: "no tempo de Francisco Alves e Orlando Silva, não era qualquer um que cantava, precisava ter coragem". Em 1968, bons prenúncios do que viria muito depois. Vieira participa de um Festival de Música Popular, em São Luís, e leva os primeiro e segundo lugares, com as músicas "Papagaio de Papel" e "Menino Travesso", ambas em parceria com Pedro Giusti.
Em 1975, conheceu a famosa dupla Ponto e Vírgula, formada por Jorge Barros e Othon Bastos, que insistiram para ele entrar como novo acento musical. A dupla já se apresentava há mais de 18 anos, e com a entrada de Vieira, virou o JB Trio.
Outro grupo de grande influência na história musical de Antonio Vieira foi o Tira-Teima, que alegrou São Luís por mais de dez anos, entre 1977 e 86. Dele participavam, além de Vieira, os músicos e compositores Ubiratan Sousa, Chico Saldanha, Hamilton Rayol, Paulo Trabulsi e Adelino Valente, todos precursores na arte de admirar Vieira bem antes do sucesso de público.
No seu baú musical, Vieira guarda um repertório saboroso, com cerca de 300 composições, um tesouro que só começou a ser devidamente apreciado pelo grande público há bem pouco tempo, no final dos anos 90. Embora seja moderno e sem fronteiras no seu jeito de fazer samba, não se considera um sambista, e compõe em ritmos diversos, de tambor de crioula a bumba-meu-boi, de baralho a bolero, de samb-canção a bossa nova, com direito a invenções como o samba-macumba, um misto de samba com a levada dos terreiros do Maranhão, cuja autoria Vieira reclama.
A primeira gravação de Vieira dá-se em 1986. É "Na Cabecinha da Dora", uma das quatro canções a integrar o compacto duplo "Velhos Moleques", produzido pelos compositores maranhenses então radicados em São Paulo Chico Saldanha, Ubiratan Sousa e Giordano Mochel. Esse pequeno mas valioso registro contava ainda com a participação de outros três velhos moleques: Cristóvão Alô Brasil, Agostinho Reis e Lopes Bogéa. Com este último, Vieira escreveu o livro "Pregões de São Luís", que oito anos depois daria origem a um lp, com canções compostas especialmente sobre o tema, baseadas nos personagens de rua e nos refrões dos pregoeiros. Posteriormente, foi lançado o cd "Pregoeiros", que registra, além das 22 canções gravadas no lp original, outras onze composições da dupla inspiradas nas brincadeiras de crianças, algumas das quais hoje quase em pleno esquecimento.
Em 1997, foi gravado o cd "Memória - Música do Maranhão", um trabalho de pesquisa, feito com a intenção de registrar parte do enorme acervo de composições de autores maranhenses desconhecidos do grande público. Neste cd, foi incluída uma canção de Vieira, "Ciúme" (parceria com Chaminé), interpretada pela cantora Célia Maria.
No mesmo ano, Vieira começou a dar o ar da sua graça musical no cenário nacional. Outra música, a gostosa e original "Cocada" (um doce composto há mais de 60 anos!), foi "descoberta" e gravada pela cantora maranhense Rita Ribeiro. Tal gravação valeu a Vieira uma indicação ao Prêmio Sharp 98, na categoria Melhor Canção. Antes de Rita e além do próprio, somente Ary Lobo (cantor paraense que fez relativo sucesso nos anos 60), havia gravado uma música de Vieira, "Balaio de Guarimã" - parceria com Lopes Bogéa.
Ao completar 80 anos, Vieira intensificou sua atividade, divulgando seu trabalho com o entusiasmo de um jovem iniciante. Foi assim que ele realizou o hilário show "Múmias Que Cantam!", em 99, na companhia de Bogéa, e o lírico "Papel de Seda", em que ele dividiu o palco com César Teixeira, outro grande compositor maranhense, no ano de 2000.
Em janeiro de 2001, aos 81 anos, Vieira sobe ao palco do Teatro Arthur Azevedo completamente lotado para realizar, por dois dias, o show "Antonio Vieira", acompanhado pelo regional Surra Curuba e tendo como convidados Elza Soares, Sivuca (a quem Vieira conhecera há cerca de 50 anos nos estúdios da rádio Timbira), Rita Ribeiro, Célia Maria, o violonista Sinhô (João Pedro Borges) e o compositor conterrâneo Zeca Baleiro, idealizador do projeto. O registro dessas apresentações memoráveis resultou neste cd "O Samba é Bom".
Após tanto tempo e uma longeva carreira, não será tarde demais para que os brasileiros reconheçam que a obra de Vieira merece destaque na ala dos grandes compositores brasileiros, faleceu aos 88 anos vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame”. Vieira compôs mais de 400 canções (a maioria inspirada em ditos populares),
Agora todos poderão dizer o que já sabíamos: O SAMBA É BOM! MELHOR É VIEIRA!